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Tipo: Trabalho de Conclusão de Curso
Título: Relações de género e violência doméstica: um estudo do caso sobre a violência doméstica contra mulheres financeiramente independentes
Autor(es): Viegas, Mildrete Augusta
Primeiro Orientador: Muianga, Baltazar
Resumo: O presente trabalho analisa a persistência da violência doméstica contra mulheres financeiramente independentes, questionando a ideia de que a autonomia económica é suficiente para romper com relações abusivas. A pesquisa baseia-se nas teorias de construção social da realidade de Berger e Luckman (1978) e na teoria dos papéis de género de Judith Butler (2018), procurando compreender como o sistema patriarcal molda a percepção e a reação das mulheres à violência. Foram utilizados métodos qualitativos, com entrevistas a mulheres que vivenciaram situações de violência doméstica. Os resultados revelam que, apesar da independência financeira, fatores como normas sociais, pressão familiar, estigma, medo e vínculos emocionais ainda influenciam a permanência dessas mulheres em relações abusivas. A nossa amostra é composta por 11 mulheres financeiramente independentes e maiores de 30 anos que já sofreram violência por parte dos parceiros. Do estudo, constatou-se que apesar da autonomia financeira, as mulheres permanecem em relações conjugais abusivas mantendo o status de Mulher casada devido à pressão social exercida por normas culturais, religiosas ou familiares que valorizam a manutenção da união conjugal e desvalorizam o divórcio ou a separação. Assim, mesmo que a independência financeira seja importante, ela não é suficiente para romper com ciclos de violência doméstica. As normas sociais, os papéis de género enraizados e a estrutura patriarcal continuam a colocar as mulheres numa posição de vulnerabilidade. É fundamental promover uma mudança cultural, reforçar mecanismos de proteção e incentivar a denúncia como forma de empoderamento. O combate à violência exige, portanto, mais do que autonomia económica e sim uma transformação social.
Abstract: This study analyzes the persistence of domestic violence against financially independent women, questioning the idea that economic autonomy is sufficient to break free from abusive relationships. The research is based on Berger and Luckmann's (1978) social construction of reality theory and Judith Butler's (2018) gender roles theory, seeking to understand how the patriarchal system shapes women’s perception and response to violence. Qualitative methods were used, including interviews with women who have experienced domestic violence. The sample consists of 11 financially independent women over 30 years old who have suffered violence from their partners. The results reveal that despite financial independence, factors such as social norms, family pressure, stigma, fear, and emotional ties still influence these women’s persistence in abusive relationships. It was found that even with financial autonomy, women remain in abusive marital relationships, maintaining the status of "married woman" due to social pressure exerted by cultural, religious, and family norms that value the maintenance of the marital union and devalue divorce or separation. Thus, financial independence, although important, is not sufficient to break the cycle of domestic violence. Social norms, ingrained gender roles, and the patriarchal structure continue to place women in a vulnerable position. It is concluded that promoting cultural change, strengthening protection mechanisms, and encouraging reporting as a form of empowerment are fundamental. Combating violence therefore requires more than economic autonomy, it requires social transformation.
Palavras-chave: Violência doméstica
Relações de gênero
Poder
Gender relations
Power
CNPq: Ciências Humanas
Idioma: por
País: Moçambique
Editor: Universidade Eduardo Mondlane
Sigla da Instituição: UEM
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Letras e Ciências Sociais
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://monografias.uem.mz/handle/123456789/5059
Data do documento: 1-Ago-2025
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