DSpace at My University FLSC - Faculdade de Letras e Ciências Sociais FLSC - Antropologia
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Tipo: Trabalho de Conclusão de Curso
Título: Malária como doença de risco: discursos e práticas em Bazuca, bairro de Xipamanine, Cidade de Maputo
Autor(es): Roberto, Ana Sofia Arminda
Primeiro Orientador: Gonçalves, Euclides
Resumo: Estudos sociais sobre a malária em Moçambique reconhecem que a contracção e tratamento desta doença têm uma dimensão social. Estas pesquisas, geralmente limitam-se a pressupostos sociológicos que nem sempre enquadram a malária na interacção entre actores políticos e o grupo beneficiário das políticas de combate a malária. Como resultado, as análises produzidas nestes estudos tendem a essencializar e normativizar a malária enquanto “doença de risco”. Neste trabalho investigo praxis associadas à malária. A análise centra-se na noção de malária entendida como doença com alto risco de morte, sumarizada na expressão: “doença de risco.” Este enfoque abre um espaço para compreender como é que os indivíduos assimilam e respondem às políticas de saúde operacionalizadas pelas campanhas de limpeza e de pulverização intra-domiciliária para a prevenção da malária. Os dados empíricos para a realização deste estudo foram colhidos com recurso a entrevistas e observações no terreno. Entrevistei pessoas que tiveram e que tinham malária no momento da pesquisa como forma de conhecer experiências e práticas associadas à doença. Conduzi também entrevistas aos funcionários da unidade sanitária de referência em Bazuca, uma médica tradicional,um chefe de quarteirão e um chefe das 10 casas. Em Bazuca, observei informantes fazendo limpeza e remoção de lixo nas ruas. Assisti também a reuniões onde a malária foi discutida entre vizinhos e entre estes e agentes de saneamento e salubridade. Neste trabalho mostro como a noção de malária como “doença de risco” varia nas famílias e entre os residentes. Essa variabilidade resulta de experiências de vida associadas à malária. Por exemplo, residentes que perderam parentes e conhecidos e pessoas que têm episódios recorrentes de contracção de malária, tendencialmente atribuem nuances diferentes a noção de malária como “doença de risco”, sendo para uns uma doença de risco de morte e, para outros não, por acharem que é possível viver com a malária da mesma forma que se tiver com doenças crónicas. É com base nestas nuances que os residentes de Bazuca organizam-se e respondem às políticas de saúde operacionalizadas em exercícios como as campanhas de limpeza e de pulverização intra- domiciliária para a prevenção da malária.
Abstract: Social studies on malaria in Mozambique recognize that the contracting and treatment of this disease has a social dimension. These surveys are generally limited to assumptions sociological factors that do not always fit malaria in the interaction between political actors and the beneficiary group of policies to combat malaria. As a result, the analyzes produced in these studies, they tend to essentialize and standardize malaria as a “risk disease”. In this work I investigate praxis associated with malaria. The analysis focuses on the notion of malaria understood as a disease with a high risk of death, summarized in the expression: “risk disease.” This approach opens a space to understand how individuals assimilate and respond to health policies implemented by cleaning and spraying campaigns at home to prevent malaria. Empirical data for conducting this study were collected using interviews and field observations. I interviewed people who had and who had malaria at the time of the research as a way of learning about experiences and practices associated with the disease. I also conducted interviews with the employees of the reference health unit in Bazuca, a traditional doctor, a head of the block and a head of the 10 houses. In Bazuca, I observed informants cleaning and removing garbage on the streets. I also attended meetings where malaria was discussed among neighbors and between neighbors and health and sanitation agents. In this paper I show how the notion of malaria as a "risk disease" varies within families and among residents. This variability results from life experiences associated with malaria. For example, residents who have lost relatives and acquaintances, and people who have recurrent episodes of malaria contraction, tend to attribute different nuances to the notion of malaria as a “risk disease”, for some it is a life-threatening disease and, for others, not. because they think it is possible to live with malaria in the same way as if you have chronic diseases. It is based on these nuances that Bazooka residents organize and respond to health policies implemented in exercises such as cleaning and spraying campaigns at home to prevent malaria. (TRADUÇÃO NOSSA)
Palavras-chave: Malária
Política Pública
Doença de Risco
CNPq: Ciências Humanas
Antropologia
Idioma: por
País: Moçambique
Editor: Universidade Eduardo Mondlane
Sigla da Instituição: UEM
metadata.dc.publisher.department: Departamento de Arqueologia e Antropologia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://localhost:8080/xmlui/handle/123456789/598
Data do documento: 1-Abr-2014
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