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http://monografias.uem.mz/handle/123456789/3593
Registro completo de metadados
Campo DC | Valor | Idioma |
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dc.creator | Argénia, Lodumila da | - |
dc.date.accessioned | 2024-05-15T10:23:41Z | - |
dc.date.issued | 2023-11-01 | - |
dc.identifier.uri | http://monografias.uem.mz/handle/123456789/3593 | - |
dc.description.abstract | Racial segregation was one of the systems for separating the groups considered civilised (white Europeans) from the uncivilised (indigenous) during the colonial period in Mozambique, and one of the biggest of the major factors was skin colour. Racial segregation took place in official places, such as schools, hospitals, state jobs, etc. But in this paper I intend to demonstrate that segregation also occurred in places of socialisation and leisure in the period 1906-1930 in Lourenço Marques (now Maputo), capital of colonial Mozambique from 1 December 1898. December 1898, and the decision was made official on 23 May 1907 (Boletim oficial, n°26, July 1907). My case study will be centred on the canteens that were scattered throughout the city of Lourenço Marques during the colonial period. Canteens were precariously built and not very comfortable spaces that served as places to sell food and have fun exclusively for indigenous people, and sometimes for white settlers who didn't have the financial means to go to the bars located in the urban area, frequented by wealthy white settlers. And with the justification that the Cantinas were spaces that proliferated disorder, interfered with order and with actions that degraded physical morale within the standards stipulated by the colonial system, not to mention the justification of health and sanitation, This was due to the outbreak of bubonic plague in Cape Town, South Africa in 1901 and, finally, the role of the press, which took action to massively and completely remove the canteens from urban areas in 1906 and set them up in outlying areas such as Malanga, Munhuana, Xipamanine, etc. And this segregation was not only imposed on the indigenous, but also affected the Chinese, Indians, mestizos and others. The Cantonese trade was mainly carried out by the Chinese and Indians (Bannanese), sometimes poor European settlers and in some cases Indians. And this mixing of races in the periphery contributed to the emergence of mestizos and mestizo families within the periphery. which would lead to the emergence of great personalities in the fight against colonialism and racism such as José Craveirinha, the Albazine brothers, Noémia de Sousa, etc.). And although the Indians wanted to go to the same places as the settlers, apart from the racial issue, the low salaries and high cost of living were also major factors that made the canteens their only refuge, since the products and services offered there were reasonably priced for the consumption and enjoyment of the Indians and the poor white settlers. It was within the canteens that many activities were promoted that solidified and intensified interracial issues, among which alcohol and prostitution stand out. nitially, the colonial government created laws banning the production, sale and consumption of drinks known as Cafreais/cafres (traditional or home-made drinks) and introduced colonial wine, which became compulsory to sell and consume in Lourenço Marques, but especially in the canteens in outlying areas, and this wine became commonly known as ‘vinho para o preto’ (black wine), highly alcoholic and of poor quality, which was often reported as causing health problems and interfering in social and daily relations in a negative way. Colonial wine was different from the wine and other drinks served in bars in urban areas to white settlers, who were served drinks with a very high quality. They were served drinks of the highest quality, produced under the best conditions to ensure that they would please the palates of the bourgeoisie. This prohibition and differentiation clearly shows that alcohol contributed to the proliferation and solidification of racism, because the alcohol served in bars to whites and in canteens to indigenous people was different. Prostitution was a practice that also served as a key element in solidifying and promoting interracial issues in Lourenço Marques, insofar as the prostitutes who carried out their activities in sophisticated venues in urban areas were different from those found in canteens in peripheral areas. In bars in urban areas, you'd find European women with sophisticated customs and habits who worked exclusively for the European bourgeoisie (settlers), and in canteens you'd find Indian women who worked for Indian men, sometimes for Chinese, Indians, mestizos and Europeans who didn't have the financial means to enjoy such pleasures. And these exclusive practices of racial segregation in social and leisure spaces were to take on new forms of action with the formalisation of assimilation (which was the process in which Indians enjoyed certain rights and frequented the same spaces as Europeans, both in official and leisure venues, as long as they adopted European culture and habits). This was formalised through the Colonial Act of 1930 and the Organic Charter of the Portuguese colonial empire, approved by Decree-Law 23.228 of 15 November 1933 and the Overseas Administrative Reform, approved by Decree-Law 23.229 of 15 November 1933. From this period onwards, racial segregation became mostly financial and no longer exclusively racial, although there were spaces where even if the indigenous were educated and educated, they were not welcome to occupy the same places as the bourgeoisie (TRADUCAO NOSSA) | pt_BR |
dc.language | por | pt_BR |
dc.publisher | Universidade Eduardo Mondlane | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.subject | Segregação racial | pt_BR |
dc.subject | Colonialismo | pt_BR |
dc.subject | Socialização | pt_BR |
dc.subject | Cantinas de Lourenço Marques | pt_BR |
dc.title | Socialização e segregação racial no período colonial: o caso das cantinas em Lourenço Marques 1906-1930 | pt_BR |
dc.type | Trabalho de Conclusão de Curso | pt_BR |
dc.contributor.advisor1 | José, Paulo Lopes | - |
dc.contributor.advisor2 | Mandlate, José Cláudio | - |
dc.description.resumo | A segregação racial foi um dos sistemas de separação dos grupos considerados civilizados (europeus brancos) dos não civilizados (indígenas) no período colonial em Moçambique e um dos maiores factores era a cor da pele. A segregação racial ocorreu em lugares oficiais, como escolas, hospitais, empregos estatais, etc. Mas no presente trabalho pretendo demonstrar que a segregação ocorreu também em locais de socialização e lazer no período de 1906-1930, em Lourenço Marques (actual Maputo), capital da colonial de Moçambique a partir de 1 de Dezembro de 1898, sendo a decisão oficializada em 23 de Maio de 1907 (Boletim oficial, n°26, de Julho de 1907). O meu caso de estudo estará centrado nas Cantinas, espalhadas um pouco por toda cidade de Lourenço Marques no período colonial. Cantinas eram espaços de construção precária e sem muitas condições de comodidade, que serviam de locais de venda de produtos alimentares e de diversão exclusiva para indígenas, e por vezes para colonos brancos que não dispunham de condições financeiras que lhes possibilitariam frequentar os bares localizados na zona urbana, frequentados por colonos brancos e ricos. E com justificativa que as Cantinas, eram espaços que proliferavam a desordem, interferiam na ordem e com acções que degradavam a moral física dentro dos padrões estipulados pelo sistema colonial, sem contar com a justificativa da salubridade e saneamento, devido ao surgimento da peste bubónica na cidade do Cabo na África do Sul em 1901 e por fim o papel dos órgãos de impressa que vão mover uma acção de retirada massiva e completa das Cantinas em zonas urbanas em 1906, para instala-las em zonas periféricas como Malanga, Munhuana, Xipamanine, etc. E essa segregação não era imposta apenas aos indígenas, mas também afectava os chineses, indianos, mestiços e outros. O comercio cantineiro era desenvolvido maioritariamente pelos chineses e indianos(baneanes) por vezes colonos europeus pobres e alguns casos indígenas. E essa mistura de raças na zona periférica vai contribuir para o surgimento de mestiços e famílias mestiças dentro da periferia que vai constituir com o surgimento de grandes personalidades na luta contra o colonialismo e o racismo como (José Craveirinha, os irmãos Albazine, Noémia de Sousa, etc.). E ainda que os índigenas quisessem frequentar os mesmos espaços que colonos, além da questão racial as baixas condições saláriais e alto custo de vida era também um dos grandes factores que contribuiam com que as cantinas fossem o seu único refúgio a medida em que nesses espaços os produtos e serviços oferecidos eram de custo razoável para o consumo e diversão dos índigenas e classe pobre dos colonos brancos. E era dentro das cantinas onde promovia-se muitas actividades que solidificavam e intensificavam as questões inter-raciais, dentre essas actividades destaca-se o álcool e a prostituição. O álcool que inicialmente o governo colonial vai criar leis que proibirão a produção, venda e consumo de bebida designadas Cafreais/cafres (as que eram de produção tradicional oucaseira) e vai introduzir o vinho colonial que passava a ser de venda e consumo obrigatório em Lourenço Marques mas em especial dentro das cantinas em zonas periféricas, e este vinho ficou vulgarmente conhecido como o vinho para o preto, altamente alcoolizado e de baixa qualidade e que vàrias vezes era relatado como causador de problemas de saúde e interferia nas relações sociais e cotidianas duma forma negativa. O vinho colonial era diferente em relação ao vinho e outras bebidas servidas dentro dos bares em zonas urbanas para os colonos brancos, pois, a estes eram servidos bebidas com uma óptima qualidade, produzida em óptimas condições para que garantissem um bom agrado ao paladar da burguesia. Essa proibição e diferenciação, demonstra claramente que álcool contribui na proliferação e solidificação do racismo, pois, o álcool servido dentro dos bares para brancos e dentro das cantinas para os indígenas era diferente. A prostituição foi uma prática que também serviu de elemento chave para a solidificação e promoção de questões inter-raciais em Lourenço Marques, na medida em que as prostitutas que exerciam suas actividades em locais sofisticados na zona urbana eram diferentes das que se encontram nas cantinas em zonas periféricas. Nos bares em zonas urbanas, encontravam-se mulheres europeias com costumes e hábitos sofisticados que exerciam suas actividades exclusivamente para a burguesia europeia (colonos), e em cantinas encontravam-se mulheres índígenas, que exerciam suas actividades para homens índígenas, por vezes para chineses, indianos, mestiços e europeus que não dispunham de condições financeiras para usufruírem de tais prazeres. E essas práticas exclusivas de segregação racial em espaços de socialização e lazer, vão ganhar novas formas de acção com a formalização da assimilação (que era o processo em que o índígena usufruía de alguns direitos e frequentava os mesmos espaços que os europeus, tanto em locais oficiais como de lazer, bastasse que adoptasse a cultura e hábitos europeus). Essa formalização vai ser feita através do Acto Colonial de 1930 e a Carta Orgânica do império colonial português, aprovada pelo Decreto-lei n°23.228 de 15 de Novembro de 1933 e a Reforma Administrativa Ultramarina, aprovada pelo Decreto-Lei n°23.229 de 15 de Novembro de 1933. A partir desse período, a segregação racial passa a ser maioritariamente financeira e não mais exclusivamente racial, apesar de existir espaços em que ainda que o índígena fosse educado e instruído não era bem-vindo a ocupar os mesmos locais ocupados pela burguesia | pt_BR |
dc.publisher.country | Moçambique | pt_BR |
dc.publisher.department | Faculdade de Letras e Ciências Sociais | pt_BR |
dc.publisher.initials | UEM | pt_BR |
dc.subject.cnpq | Ciências Humanas | pt_BR |
dc.subject.cnpq | História | pt_BR |
dc.description.embargo | 2024-05-15 | - |
Aparece nas coleções: | FLSC - História |
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