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Tipo: Trabalho de Conclusão de Curso
Título: Os caminhos para a paz em Moçambique: precariedades de uma negociação sem fim
Autor(es): Tsandzane, Mauro Jaquis João
Primeiro Orientador: Guambe, Egídio
Resumo: Em África, as reflexões sobre a reconciliação ou processo de construção da paz na era pós conflito tem vindo a ganhar visibilidade em muito estudos. No entanto, para o caso de Moçambique, tais análises embora sem serem muito recentes, ainda estão pouco sistematizadas, em parte pelo facto de a literatura existente tender a abordar de forma mais exaustiva as tentativas de obtenção de acordos entre as partes em conflito, do que propriamente os desafios mais vastos de implementação desses acordos no longo-prazo e o envolvimento de actores terciários (múltiplos) no processo. Diversas vezes, a discussão sobre a Paz em Moçambique é circunscrita ao restrito círculo de dois actores-chave: Frente de libertação de Moçambique (Frelimo) e Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), dois partidos beligerantes. Mesmo que possa ser admitido que não é possível falar sobre a construção da paz sem que se possa mencionar tais actores, parece-nos igualmente ser evidente a existência da necessidade de abrir espaço de análise aos demais intervenientes. Estes embora não tenham interferido de forma directa enquanto beligerantes, ao menos marcam a política nacional contemporânea, tal é o caso do partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM), um actor que vezes sem conta é colocado na margem nos processos negociais de paz. Nos parece fecundo inclui a multiplicidade de actores fora do binómio Frelimo-Renamo para perceber os contornos da paz em Moçambique. Este trabalho tomou em consideração actores que não tenham ligação directa ou interesse dos resultados das várias negociações de paz até aqui acordados em Moçambique. Esses actores tiveram, com efeito, alguma influência nos diferentes processos de paz no país. O trabalho sublinha que a efectivação da paz em Moçambique não será possível se centrada no bipartismo entre a Frelimo e a Renamo. O estudo sugere que uma verdadeira construção da paz não significa apenas o sentido da reconciliação nacional, mas também deve-se ultrapassa a visão exclusivamente electoralista de instauração da paz para viabilização de eleições como tem sido recorrente.
Abstract: In Africa, reflections on reconciliation or peacebuilding processes in the post-conflict era have gained visibility in many studies and reports. However, in the case of Mozambique, these analyses, although not very recent, are still not very systematized, partly since the existing literature tends to address more exhaustively the process to reach agreements between the parties in conflict, rather than the broader challenges of implementing these agreements in the long term and the involvement of tertiary (multiple) actors in the process. Several times, the discussion on peace in Mozambique is circumscribed to the restricted circle of two key actors: Frente de libertação de Moçambique (Frelimo) and Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), two belligerent parties. Even if it can be admitted that it is not possible to talk about peacebuilding without mentioning those actors, it seems equally clear to us that there is a need to open an opportunity for analysis to the other actors. Although they did not interfere directly as belligerents, they at least mark contemporary national politics, as is the case of the Movimento Democratico de Moçambique (MDM), an actor who has been left out of peace processes. It seems fruitful to include the multiplicity of actors outside the Frelimo-Renamo binomial in order to understand the contours of peace in Mozambique. This work has taken into consideration actors who have no direct connection to, or interest in, the outcomes of the various peace negotiations that have so far been agreed in Mozambique. These actors did have some influence on the different peace processes in the country. This work stresses that peace in Mozambique will not be possible if it is centred on bipartism between Frelimo and Renamo. The study suggests that true peace-building is not only about national reconciliation, but that it must also go beyond the exclusively electoralist vision of peace-building to enable elections, as has been recurrently the case.
Palavras-chave: Paz,
Acordos,
Conflito,
Moçambique
CNPq: Ciências Sociais Aplicadas
Administração
Idioma: por
País: Moçambique
Editor: Universidade Eduardo Mondlane
Sigla da Instituição: UEM
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Letras e Ciências Sociais
Departamento de Ciência Política e Administração Pública
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://monografias.uem.mz/handle/123456789/2469
Data do documento: Set-2021
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