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http://monografias.uem.mz/handle/123456789/2336
Tipo: | Trabalho de Conclusão de Curso |
Título: | Agricultura familiar e a produção e comercialização de milho em Vanduzi, 1987-2000 |
Autor(es): | Caliche, Arnaldo Pinto Teixeira |
Primeiro Orientador: | Hedges, David |
metadata.dc.contributor.advisor-co1: | Neves, Joel |
Resumo: | A produção e o comércio do milho pelo campesinato de Vanduzi foi a actividade econômica básica antes da instalação do domínio colonial. Com as reformas econômicas dos anos 60 à 1975, Vanduzi veio a ser integrado nos planos de fomento e de povoamento do Revué como um bloco agrário e no sistema de colonato, através do povoamento livre de colonos brancos e negros, com uma produção agrícola semi-mecanizada assistida pelos Grêmios e beneficiando-se das infra-estruturas construídas na época: estradas, caminhos de ferro e a Barragem hidroeléctrica de Revué. Para o campesinato de Vanduzi estas reformas significaram: a perca de terras férteis para a produção agrícola, a integração na economia colonial com baixos salários nas farmas dos colonos e como reserva de mão-de-obra para a Rodésia do Sul, a prática duma agricultura de subsistência orientada pelo Govemo colonial (produção do milho e do algodão) face as indústrias: açucareiras (de Marromeu, Mafambisse e Buzi) e têxtil (Textáfrica). Dentro deste quadro econômico colonial o campesinato manteve a estratégia de migração e do comércio transfronteiríço com os mercados rodesianos e a produção e comercialização do milho e de outras culturas nos mercados capitalistas da época, concorrendo com a burguesia colona, até a altura da independência em 1975. De 1975 à 1987, esta estrutura econômica em Vanduzi deixou de existir, com a fuga dos farmeiros e o desaparecimento dos Grêmios e dos cantineiros indianos e com a implementação do PPL Estruturou-se uma economia agrária estatal mecanizada e secundarizando a cooperativização e o campesinato, quanto ao acesso aos créditos agrários, etc. A inexperiência e má gestão nas empresas estatais e nas cooperativas e a falta de factores de produção para além da guerra entre o Govemo e a RENAMO provocaram o insucesso deste sistema. Por outro lado para o campesinato local e os deslocados/refugiados de guerra a falência da EEAV em 1989 teve outro significado: o acesso a protecção militar, a mão-de-obra efectiva ou sazonal, aos produtos alimentares e factores de produção agrícola (sementes) para o cultivo do milho. De 1987 à 2000, a produção e comercialização familiar do milho cm Vanduzi tiveram novos incentivos: o comércio informal e o projecto GTZ-MAP/MARRP que disponibilizaram factores de produção, abertura de vias de comunicação, furos de água, posto de saúde e escolas. Com o fim da guerra o projecto alargou-se para todas as localidades de Vanduzi. O número de comerciantes vindos de Tete, Chimoio, Beira, Inhambane, Xai-Xai e Maputo aumentou. Também aumentou o custo de produtos de primeira necessidade e a redução do preço do milho, e do poder de decisão do campesinato na comercialização do seu excedente agrícola a favor dos compradores. Esta estrutura econômica fez com que o campesinato de Vanduzi, para a além de manter a produção e comercialização agrícola do milho, recorresse a prática do comércio informal de produtos industriais adquiridos no Zimbabwe, em Manica, Machipanda e Chimoio como o auto- emprego de entre jovens e adultos, actividades que a asseguram o desenvolvimento da agricultura familiar em Vanduzi. |
Abstract: | The production and trade of maize by the peasantry of Vanduzi was the basic economic activity before the installation of colonial rule. With the economic reforms of the 1960s to 1975, Vanduzi came to be integrated into the development and settlement plans of Revué as an agrarian block and into the colonato system, through the free settlement of white and black settlers, with semi-mechanised agricultural production assisted by the Guilds and benefiting from the infrastructure built at the time: roads, railways and the Revué hydroelectric dam. For the peasants of Vanduzi these reforms meant: the loss of fertile land for agricultural production, integration into the colonial economy with low salaries in the settlers' farms and as a reserve of labour for Southern Rhodesia, the practice of subsistence agriculture guided by the colonial government (production of maize and cotton) in the face of the sugar (Marromeu, Mafambisse and Buzi) and textile (Textáfrica) industries. Within this colonial economic framework, the peasantry maintained its strategy of migration and of cross-border commerce with the Rhodesian markets, and the production and commercialization of maize and other crops in the capitalist markets of the time, competing with the colonial bourgeoisie, until independence in 1975. From 1975 to 1987, this economic structure in Vanduzi ceased to exist, with the flight of the farmers and the disappearance of the Guilds and the Indian canteen workers, and with the implementation of the PPL, a mechanised state agrarian economy was structured, putting cooperatives and the peasantry in second place, with regard to access to agricultural credit, etc. Inexperience and mismanagement in state-owned companies and cooperatives and the lack of factors of production, in addition to the war between the government and RENAMO, led to the failure of this system. On the other hand, for the local peasants and the displaced/refugees of war, the bankruptcy of the EEAV in 1989 had another meaning: access to military protection, to effective or seasonal labour, to food products and agricultural inputs (seeds) for maize cultivation. From 1987 to 2000, family production and commercialisation of cm Vanduzi maize had new incentives: informal trade and the GTZ-MAP/MARRP project, which provided inputs, roads, water holes, health posts and schools. With the end of the war, the project was extended to all localities in Vanduzi. The number of traders from Tete, Chimoio, Beira, Inhambane, Xai-Xai and Maputo increased. The cost of basic necessities also increased, as did the reduction in the price of maize, and the power of the peasantry to market their agricultural surplus in favour of buyers. This economic structure made the peasantry of Vanduzi, in addition to maintaining the agricultural production and marketing of maize, resort to the practice of informal trade of industrial products purchased in Zimbabwe, in Manica, Machipanda and Chimoio as self-employment among young people and adults, activities that ensure the development of family farming in Vanduzi. (TRADUÇAO NOSSA) |
Palavras-chave: | Agricultura familiar Produção de milho Comercialização de Milho Manica Vanduzi |
CNPq: | Ciências Humanas História |
Idioma: | por |
País: | Moçambique |
Editor: | Universidade Eduardo Mondlane |
Sigla da Instituição: | UEM |
metadata.dc.publisher.department: | Faculdade de Letras e Ciências Sociais |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://monografias.uem.mz/handle/123456789/2336 |
Data do documento: | 2004 |
Aparece nas coleções: | FLSC - História |
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